
É a despedida do Grão-Duque Henri e da Grã-duquesa Maria Teresa, enquanto soberanos, do Festival das Migrações, das Culturas e da Cidadania. Tradicionalmente, o casal grão-ducal tem visitado o evento, mas a partir do próximo ano espera-se que a tradição continue com o novo soberano, Guillaume, que tomará posse como Grão-Duque, no dia 3 de outubro de 2025.
A abertura oficial do Festival das Migrações está marcada para as 15h de sábado, 15 de março, na LuxExpo the Box, em Kirchberg. Além dos soberanos, estarão na abertura diversas autoridades, incluindo o presidente da Câmara dos Deputados, Claude Wiseler, o primeiro-ministro, Luc Frieden, outros membros do Governo e autarcas da capital.
Edição com forte presença lusófona
Esta 42ª edição do Festival das Migrações volta a contar com uma significativa representação lusófona, incluindo a Rádio Latina e o jornal Contacto, diversas associações, artistas e escritores distribuídos por vários stands, atividades culturais, debates e manifestações artísticas.
Quanto aos stands informativos e de gastronomia, os cabo-verdianos vão ter dez associações presentes: Ami Ku Nhôs, São Vicente, Kola son Jon Lux, MeMaia, SOS Cap-Vert, Veteranos do Norte, Associação das mulheres de Santo Antão, Grupo Amizade das Mulheres Cabo-verdianas, Smiley Kids (que trabalha no arquipélago), Federação das Associações Cabo-verdianas do Luxemburgo e a ONG Cap Vert Espoir et Développement.
Portugal estará presente com seis stands, incluindo a Embaixada de Portugal – Coordenação de Ensino de Português, o Grupo Etnográfico do Alto Minho, Amigos Emigrantes, Associação Portuguesa e Solidária dos Artesãos, Radio Latina e jornal Contacto (em conjunto com a MediaHuis).
Entre os guineenses há cinco associações: Filhos e Amigos de Caió, Luso-Guineense, Coração da Guiné-Bissau, Filhos e Amigos de Canhobe e Guineenses de Cabienque. Os brasileiros fazem-se representar com os stands do Coletivo Entreajudas Luxembourg, Capoeira Mersch e Capoeira Team Luxembourg.
A representar Angola estará a ‘Organização das Mulheres Solidárias com Angola’ e haverá ainda o stand lusófono Quintal dos Empreendedores.
Programação de sábado
O festival abre as portas ao público às 11h30 no dia 15 de março e fecha à meia-noite e meia, sendo que a participação lusófona começa às 13h, com uma demonstração da Capoeira Team Luxembourg, no palco do espaço Village du Festival.
Meia hora depois, começa o debate literário "Vozes femininas contemporâneas: um retrato das mulheres na literatura portuguesa", com as escritoras Tânia Ganho e Susana Amaro Velho, na sala 2A.
Escritora e tradutora, Tânia Ganho nasceu em 1973, em Coimbra. Publicou o seu primeiro romance, A vida sem ti, em 2005. Apneia, um romance perturbador sobre a violência doméstica e os maus-tratos a crianças, publicado em 2020, foi semifinalista do Prémio Oceanos e finalista do Prémio Bertrand para o melhor romance português.
Susana Amaro Velho é licenciada em Jornalismo e em Direito. Publicou quatro livros, sendo o mais recente, Descansos, lançado em 2024, e está a coescrever um quinto livro.
Mais tarde, às 16h30, o palco Village acolhe a associação Pessoa, que vai promover uma leitura, em português, do livro infantil “A Nuvem Pipoca”, de Marta Chambel.
Programação de domingo
No domingo, dia 16, as portas do festival abrem também às 11h30, mas fecham às 20h. Os primeiros representantes da lusofonia entram em ação às 12h, no grande palco, com o grupo de batucadeiras Amizade Cabo Verde, seguido da Capoeira Mersch, às 12h30, no palco Village.
O Grupo Etnográfico do Alto Minho sobe ao palco principal às 13h30, ao mesmo tempo que decorre a sessão de dança para crianças “Fox Party Dance”, promovida no espaço Village, pelo Quintal dos Empreendedores.
Às 14h, a escritora Ana Pessoa organiza uma leitura do livro infantil “Tu és livre?”, também no espaço Village, sob proposta do Instituto Camões e da Coordenação de Ensino do Português. Logo a seguir, às 15h30, a autora terá um encontro com o público sobre a sua obra, na sala do rés-do-chão, sob proposta da Embaixada de Portugal.
Outro destaque literário é o diálogo entre o escritor José Luís Correia e o seu tradutor, Carlos de Jesus, às 17h na sala 2A, sobre o livro ”Os Cadernos de Gaspar”, baseado no seu blog homónimo.
Sob o pseudónimo de Alexandre Gaspar Weytjens, José Luís Correia publicou nele poemas, reflexões filosóficas e relatos eróticos. Em 2020, algumas dessas histórias foram publicadas na forma de um romance baseado num diário íntimo. O livro foi agora traduzido para francês, proporcionando uma conversa entre o escritor, o seu tradutor, Carlos de Jesus, e o seu editor.
Village du Festival reforça participação cidadã
A ‘Village du Festival’, um espaço de interação e participação cidadã introduzido no evento pelo CLAE em 2023, vai continuar a ser um dos principais pontos de interação do evento. Entre as manifestações, irá acolher a participação de vários grupos lusófonos, incluindo as associações Pessoa, Capoeira Mersch, Capoeira Team Luxembourg, Quintal dos Empreendedores e Instituto Camões – Coordenação de Ensino do Português.
Salão do livro com três escritoras
O Salão do Livro e das Culturas recebe este ano as escritoras Célia Susana Matos, Jayna Naisa Rodrigues e Júlia Borges. Também acolhe os stands de literatura portuguesa e lusófona da Edição Infinita Portugal, livraria Pessoa e Kamarade.
ARTSManif com oito lusófonos
Na secção "ARTSManif", o público poderá apreciar obras dos artistas Delvis Reis, Bia Morais, Nelson Neves, Paulo Santos e Manuel Dias, Lúcia Lopes Feitosa e Sérgio Pereira, e ainda um stand do projeto coletivo cabo-verdiano PontKultural.
A residência artística deste ano vai contar com a fotógrafa e artista guineense Nelida Lourenço Nanque.
A entrada no Festival das Migrações é livre.
Henrique de Burgo|Foto de arquivo: LW/Anouk Antony